sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Negritude e cidadania até o tucupi

Fãs do Festival Até o Tucupi devem ter reparado a concentração de ações voltadas à consciência negra no palco de encerramento, no sábado, 20, em alternância às apresentações das bandas. É um casamento oportuno na visão de Alberto Jorge, da Coordenação Amazônica de Religiões de Matrizes Africanas e Ameríndias (Carma). “A negritude abarca todos os afrodescendentes. O jazz, o blues, o rock também são de culturas negras”, disse. Outras ações com vistas à conscientização socioambiental também são aguardadas no evento.

Os rituais de celebração e memória começam na sexta-feira, 19, às 10h, quando o movimento negro espera se reunir no plenário da Assembleia Legislativa do Estado. Lá os parlamentares discutem a pauta de vindicações da negritude amazonense em audiência pública.

Às 22h do mesmo dia, Alvorada dos Orixás. O ritual se repete nas ruas de Manaus: "vamos amarrar nas árvores e postes da cidade uma faixa branca", disse Alberto. O movimento espera cobrir as árvores da av. Getúlio Vargas (Centro), do Parque Jefferson Peres e da praça da antiga Prefeitura de Manaus. Ainda conforme Alberto, o manto branco, ojá, é o branco de oxalá, sob o qual não existe distinção entre as pessoas. "Todos são filhos de oxalá, não há rico, pobre, negro, branco, escravo, libertos", disse.

Em dia de Feriado Nacional Pela Consciência Negra, 20 de novembro, o movimento se reúne às 9h na Praça da Polícia, onde se espalham tendas para o Mutirão Pela Saúde Integral da População Negra. Negros e negras serão atendidos em exames de diabetes e pressão arterial.

Ainda na praça, às 15h, começa "uma grande homenagem a nossos ancestrais”, nas palavras de Alberto. De lá, segue a 4ª Caminhada Zumbi Pela Paz e Liberdade Religiosa, um cortejo embalado por maracatu, capoeira, tambor de crioula. O ponto de encontro é o palco do Até o Tucupi, na av. Eduardo Ribeiro. “O importante é levar nosso grito de alerta via cultura. Esperamos uma grande festa”, disse Alberto.

Geca no Até o Tucupi

Outras ações de cunho social serão concentradas na sexta-feira à noite, 19, no Espaço Cultural Muiraquitã. Lá, o Coletivo Difusão, organizador do evento, apresenta uma seleção de vídeos com temas ambientais. Os participantes podem ainda participar de um quiz e avaliar o bom senso em assuntos ecológicos.

Segundo Sâmia Amorim, do Grupo de Estudos de Causas Ambientais (Geca) do Difusão, a ideia é provocar a reflexão sobre as causas ambientais. “Também é uma oportunidade de compartilhar a criação do Geca”, disse. O grupo está aberto para participação. É só entrar em contato pelo e-mail gecamanaus@gmail.com.

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Clayton Nobre
Comunicação I Coletivo Difusão
clayton.nobre@gmail.com

Um comentário:

  1. Parabéns a todos os envolvidos no festival. Sem dúvidas uma das maiores realizações culturais já vistas na cidade de Manaus.

    Esperamos os próximos.

    Abraços.

    Moysés Alencar de Carvalho

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